124 anos de Antonieta de Barros (1901-2025)
- jeruse13
- 12 de jun.
- 3 min de leitura

No próximo dia 11 de julho de 2025, celebraremos 124 anos de nascimento de Antonieta de Barros E, é com imensa satisfação que lhes informamos que sua cidade natal, Florianópolis, está preparando eventos para que não nos esqueçamos de existência.
Embora Antonieta seja hoje uma figura que ocupe espaços extensos e intensos nas redes sociais, é Florianópolis , seu território originário, aquele que mais produziu e produz ações- políticas e movimentos - que investem em manter vivo o seu legado.
O lema dos 124 anos é: De quantas formas lembramos de Antonieta?
E a pesquisa em busca da resposta nos acalentou, ainda que saibamos que muito mais poderia ter sido realizado. Mas o que temos, merece ser celebrado. E o que temos, em Florianópolis e no Brasil?
Vejamos. Temos:
Uma via pública, no Bairro do Estreito, na parte Continental de Florianópolis, com o nome " Rua Antonieta de Barros";
Uma Escola Pública Estadual e duas instituições municipais, uma em Florianópolis ( Vila Aparecida) e outra ( EMEI Professora Antonieta de Barros), no Parque das Nações Unidas, em São Paulo;
Uma organização de Mulheres Negras, fundada na década de 1980 e que é integrada pelas mulheres mais idosas do Movimento Negro de Santa Catarina. Falo da Associação de Mulheres Negras Antonieta de Barros, a AMAB.
Duas medalhas: Medalha Antonieta de Barros. A primeira é da Câmara de Vereadores/as de Florianópolis e, a segunda, é da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Sambas enredo de escolas de samba de Florianópolis. O último, " Lute como Antonieta", é da Escola Consulado do Samba.
Um samba de Largo, o " Samba de Antonieta", que desdobrou-se também um projeto, denominado " Samba de Antonieta nas escolas";
Uma sala, no Museu da Escola Catarinense (MESC);
Dois troféus. Um do Conselho das Populações Afrodescendentes (CEPA), agraciado em homenagem na celebração centenário de seu nascimento, em 2001 e, outro da Editora Cruz e Sousa, quando celebramos os seus 122 anos de nascimento.
Um Programa - Programa Antonieta de Barros- instalado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina, pautado nas políticas afirmativas e voltado para jovens em situação de vulnerabilidade;
Tema de pesquisas acadêmicas;
Nome de um túnel, em Florianópolis;
Nas telas , Antonieta foi primeiramente lembrada pelo Projeto A Cor da Cultura. Em seguida, assistimos o documentário Antonieta ( Flavia Person) e um trabalho da Creche do Morro da Queimada;
Nome de um auditório, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Título de Doutora Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);
Sala 01 do Centro de Formação, do Ministério de Educação/MEC , em Brasília;
Publicações: Farrapos de Ideias ( organizada por Leonor de Barros, sua irmã, em 1971); Antonieta, uma publicação infantil ( de Eliane Debus), Antonieta de Barros: Professora, escritora, jornalista, primeira deputada catarinense e negra do Brasil ( Jeruse Romão: 2023) Antonieta de Barros: Discursos, entrevistas e outros textos ( Jeruse Romão: 2023) ; publicação comemorativa do Conselho Estadual de Educação de Santa Catarina;
Nome de uma Cátedra da UNESCO- Cátedra Antonieta de Barros- da UFSC;
Tema de várias linguagens artísticas, em destaque, telas de Décio David, Bruno Barbi , o o mural da artista Gugie, localizado no Centro de Florianópolis, como também arte em muros, em Florianópolis, Criciúma e São Paulo. Registramos também Antonieta sendo bordada pela professora Vania Monteiro. E sendo modelo para educação infantil, da bonequeira Juçara Romão. Somamos, ainda, as camisetas e as canecas criadas por Cristine Clasen.
Concurso de obras artísticas. Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina.
Título de Heroína Nacional.
Um projeto de Museu- Museu Antonieta de Barros- em negociação com a Prefeitura Municipal de Florianópolis.
Uma caravana, das Mulheres Negras de Santa Catarina, rumo a Marcha Nacional das Mulheres Negras ( Brasília:2025).
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Esse roteiro é a primeira parte. Porque o julgo importante para historicizar e combater a apropriação que tenho assistido.
E não é só sobre Antonieta.
É sobre o apagamento das produções de negros e negras do sul do Brasil.
Eu sou Jeruse Romão, biógrafa de Antonieta de Barros. Nasci no ano de 1960, em Florianópolis e estou construindo um projeto para que negras e negros de Santa Catarina sejam visíveis.
Contato: mariadailha50@gmail.com
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